Yves Deflandre e Jennifer Hugo (Porsche 911) venceram, este sábado, o XVII Rally de Portugal Histórico, após 2067 quilómetros de percurso, iniciados na passada terça-feira. Foi a quarta vitória da dupla belga em Portugal, um recorde na prova do ACP, considerada um dos melhores ralis de regularidade da Europa. Luís Cavaco e João Serôdio (Ford Escort RS) colocaram as cores nacionais no pódio em Lisboa, com o 2.º lugar, na frente de outra equipa belga, Johnny Delhez e Pyck Aswin (Ford Escort). Última etapa incluiu a popular ‘noite’ de Sintra, com milhares de espectadores.
“É, provavelmente, o rali mais bonito do mundo”. As palavras de Yves Deflandre no Parque Eduardo VII, em Lisboa, descreviam o apelo do Rally de Portugal Histórico. Foram quatro etapas, 43 especiais de regularidade e 2067,6 quilómetros, entre classificativas e ligações. A 17.ª edição da prova do ACP testou a resistência e máquina e pilotos, com 81 equipas a enfrentarem o desafio de um dos mais conceituados ralis do género na Europa. Com partida e chegada em Lisboa, a prova passou por locais marcantes em diferentes regiões do país e terminou com um registo histórico para Deflandre e a navegadora Jennifer Hugo, que levaram o seu Porsche 911 à quarta vitória no evento, superando o registo que partilhavam com os portugueses João Mexia Leitão e Nuno Sales Machado.
A dupla belga passou para a frente logo na primeira classificativa, em Castelo de Bode, e depois só perdeu o controlo das operações quando problemas mecânicos atrasaram o Porsche, originalmente construído em 1976. Nessa fase, na etapa de quarta-feira, os compatriotas Johnny Delhez e Pyck Aswin passaram para a frente, com o Ford Escort decorado com as cores da Rothmans, a fazer lembrar o título mundial de Ari Vatanen em 1981. Os espanhóis Marcos Fernández e Adolfo González também chegaram a liderar, com o Peugeot 205 GTi, mas Deflandre e Hugo voltaram rapidamente à liderança, assim que o carro alemão foi reparado. A partir daí, o Porsche belga encetou um duelo particular com outro 911, o do francês Christophe Berteloot, navegado por Baptiste Gengoux, mas este atrasou-se já na fase final do rali, com problemas mecânicos.
Quem aproveitou foi a equipa portuguesa Luís Cavaco e João Serôdio, sempre em crescendo com o Ford Escort RS, que entrou no Parque Eduardo VII, às primeiras horas da madrugada deste sábado, no 2.º lugar da geral, a 76,5 pontos dos vencedores. Cavaco e Serôdio subiram ao pódio acompanhados por duas duplas belgas, já que Delhez e Aswin terminaram no 3.º lugar.
Paulo Marques e João Martins ficaram próximos do pódio, levando o BMW 1600 de 1969 ao 4.º lugar absoluto, com os espanhóis Joaquim Muntada e Jan Rosa a fecharem o top 5, com o Porsche 911 SC. Na Categoria C, onde estavam os carros mais antigos em prova, vitória para os lituanos Karolis Raisys e Ovidius Meilunas, com um Jaguar Mk2 de 1961, logo na frente do Volvo Amazon de 1964 dos franceses Dominique Bairelle e Georges Denuziere. Verdadeiras máquinas do tempo, que espalharam charme ao longo de mais de 2.000 quiómetros pelas estradas nacionais.
Sintra reviveu emoções
A já habitual passagem pela ‘noite’ de Sintra, que antecedeu a chegada a Lisboa, voltou a atrair milhares de espectadores aos troços que fizeram história no Rali de Portugal. A organização criou uma nova Zona Espetáculo, no cruzamento do Convento dos Capuchos, onde os adeptos se concentraram para assistir à passagem da caravana. Um total de 54 concorrentes, das 81 equipas à partida, terminaram a prova classificados, provando a dureza e especificidade do Rally de Portugal Histórico.
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