Com 420 páginas, a Carta Gastronómica “Receitas que Contam Histórias – Gastronomia e Vinhos das Aldeias Históricas de Portugal” assume-se como um documento histórico de extraordinário valor: para além de registar as tradições mais antigas e os costumes culinários das 12 aldeias da Beira Interior, captura o saber-fazer que torna a gastronomia da região uma experiência incomparável, em harmonização perfeita com os seus vinhos.
Este receituário, quase tão antigo quanto as nossas origens, pode agora habitar as nossas casas, inspirando os nossos pratos com os sabores e aromas das 12 Aldeias Históricas de Portugal. Editada pela Leya, a Carta Gastronómica “Receitas que Contam Histórias – Gastronomia e Vinhos das Aldeias Históricas de Portugal” já pode ser adquirida na Livraria Buchholz e online, através do site da Leya, da Almedina, ou da WOOK.
A Carta Gastronómica “Receitas que Contam Histórias – Gastronomia e Vinhos das Aldeias Históricas de Portugal” foi baseada numa intensa pesquisa no campo da arqueologia alimentar. Durante três meses, muitos dos residentes das 12 Aldeias Históricas de Portugal, sobretudo os mais idosos, foram entrevistados no terreno pela investigadora e professora Olga Cavaleiro, tendo sido possível reunir conhecimentos detalhados, práticas culinárias, tradições que deram origem a receitas únicas e produtos endémicos profundamente enraizados no contexto local. Foram também resgatadas receitas que atualmente só existem na memória dos residentes, evitando assim que se percam no tempo. Mas mais do que apenas catalogar uma coleção de receitas, esta iniciativa proporcionou a oportunidade de compreender a cultura alimentar local e inseri-la num contexto gastronómico que enriquece o património imaterial das Aldeias Históricas de Portugal.
Mas se o extraordinário legado gastronómico das Aldeias Históricas de Almeida, Belmonte, Castelo Mendo, Castelo Novo, Castelo Rodrigo, Idanha-a-Velha, Linhares da Beira, Marialva, Monsanto, Piódão, Sortelha e Trancoso fica, assim, imortalizado num documento que perdurará na história, a verdade é que, esta iniciativa da Associação de Desenvolvimento Turístico das Aldeias Históricas de Portugal (AHP-ADT), também está a ter impacto na restauração do território.
Com efeito, parte das receitas da Carta Gastronómica já estão disponíveis em 14 restaurantes que, formalmente, aderiram ao projeto, depois de passarem por um processo de formação e de certificação. Ou seja, uma iniciativa que também enriquece a oferta turística das Aldeias Históricas de Portugal, pela sua capacidade de criar valor e empregos, bem como de preservar ou até revitalizar culturas locais e produtos endémicos. Um projeto que está alinhado com a “Estratégia Farm to Fork” no âmago do Pacto Ecológico Europeu, com o objetivo de tornar os sistemas alimentares justos, saudáveis e sustentáveis.
A Carta Gastronómica “Receitas que Contam Histórias – Gastronomia e Vinhos das Aldeias Históricas de Portugal” foi lançada na Livraria Buchholz em Lisboa e contou com a presença, entre outros, de Nuno Fazenda, Secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços; Carlos Ascensão, Presidente das Aldeias Históricas de Portugal; Dalila Dias, Coordenadora Executiva das Aldeias Históricas de Portugal; Olga Cavaleiro, a investigadora e autora da Carta Gastronómica; o chef estrela Michelin João Rodrigues; Rodolfo Baldaia de Queirós, Presidente da Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior (CVRBI); e Carla Pinheiro, representante da Leya Portugal.
Durante o lançamento e a apresentação à imprensa da Carta Gastronómica, as Aldeias Históricas de Portugal também revelaram, pela primeira vez, o seu novo filme promocional, enfatizando a estratégia da rede de promover um destino equilibrado, social, económica e ambientalmente, transmitindo a importância desses valores tanto aos residentes quanto aos visitantes.
Carlos Ascensão, Presidente das Aldeias Históricas de Portugal, sublinhou: “O lançamento da Carta Gastronómica ‘Receitas que Contam Histórias – Gastronomia e Vinhos das Aldeias Históricas de Portugal’ representa não apenas um compêndio de sabores, mas também uma ode à tradição única e identidade que cada uma das nossas doze aldeias oferece. A culinária sempre foi uma linguagem universal que transcende barreiras, e estamos encantados por partilhar as receitas mais autênticas e representativas das nossas comunidades. Este livro não é apenas um tratado sobre as origens da nossa gastronomia, mas um testemunho vivo da riqueza cultural que permeia cada pedra das nossas pitorescas aldeias. A importância deste livro vai além do prazer gastronómico; desempenha um papel crucial na promoção do turismo e no fortalecimento da economia das nossas comunidades. Ao destacar os nossos pratos autênticos e os vinhos excecionais que a região tem para oferecer, não estamos apenas a agradar o paladar, mas também a atrair visitantes que desejam experimentar a verdadeira essência das Aldeias Históricas de Portugal”.
Olga Cavaleiro, investigadora e autora da Carta Gastronómica, afirmou: “Esta foi uma aventura que nos levou a entrar nas casas das pessoas, a conhecê-las e às suas histórias, a percorrer o território e a descobrir como a sua geografia, rios e montanhas influenciaram a cultura gastronómica desses lugares. Sem isso, não seria possível conhecer profundamente a identidade gastronómica das 12 Aldeias Históricas de Portugal. Por trás de cada prato estão rostos, vidas e histórias, e nunca poderíamos falar de culinária sem mencionar as pessoas que dedicam todo o seu amor e dedicação a cada receita que chega à mesa e permanece nas nossas memórias afetivas. Porque é à mesa que todos nos encontramos e somos livres, uma Carta Gastronómica não poderia ser contada sem as suas figuras principais: as pessoas das Aldeias Históricas de Portugal. Portanto, agradeço às comunidades locais que nos abriram as portas de suas casas e nos conduziram pela história desses lugares através dos sabores de seus pratos”.
Nuno Fazenda, Secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, concluiu a sessão destacando que “As Aldeias Históricas de Portugal são um exemplo de turismo autêntico e sustentável, um projeto importante para o nosso país. É importante lembrar que o turismo vai além da hotelaria e da restauração, tendo um efeito estimulante e multiplicador nas economias locais, por exemplo, nos transportes, na construção, na cultura, nos setores agroalimentar e têxtil, entre outros. Portanto, iniciativas como a Carta Gastronómica das Aldeias Históricas de Portugal, que impactam positivamente o turismo, especialmente na região interior, merecem louvor”.