Carlos Sousa e Miguel Ramalho estão a 246 quilómetros da consagração do Grande Rali da China. Os portugueses partem para a derradeira etapa do “Dakar” asiático com quase meia hora de vantagem para o colega de equipa Zhou Yong e, em condições normais, nada os impedirá de chegar à vitória. É grande, portanto, a expetativa em relação ao dia de amanhã. Está em jogo mais um importante sucesso para a dupla nacional, mas também um moralizador triunfo para a Great Wall, o maior fabricante automóvel privado da China!
Os portugueses Carlos Sousa e Miguel Ramalho estão a 24 horas de fazer história, como os primeiros vencedores do Grande Rali da China, uma espécie de “Dakar” asiático face à extensão, dureza e meios envolvidos na organização. A dupla da Great Wall parte para os 246 quilómetros que compõem a última etapa com 28m16 de vantagem sobre o mais direto adversário e tudo se conjuga para que o hino nacional se faça ouvir no maior país da Ásia Oriental, mas também o mais populoso do mundo!
Como admite Carlos Sousa, “se tudo correr normalmente, a vitória não nos escapará. Claro que, em 246 quilómetros, muita coisa pode acontecer, mas apesar da vantagem sobre o segundo classificado, vamos partir para a derradeira etapa bastante concentrados, de modo a evitarmos as eventuais armadilhas do terreno”.
Os portugueses, que venceram mais de etapa das etapas até agora disputadas, confessam a satisfação “pela forma como a prova tem corrido. Tem sido uma excelente experiência e, não raras vezes, demos por nós a imaginar que estávamos de regresso ao Dakar de África. Com as paisagens mais inóspitas, com os imensos desertos e, sobretudo, com percursos quase virgens. Não temos dúvidas que o Grande Rali da China tem condições para ser uma das grandes provas mundiais de todo-o-terreno, ainda que tenha de rever muitas situações ao nível da organização”.
Mas para além da experiência em solo asiático, os portugueses congratulam-se com o facto de terem adquirido “algum ritmo para o próximo Dakar e, acima de tudo, desenvolvido imensos testes com o Great Wall. A marca efetuou um bom trabalho de desenvolvimento, sobretudo ao nível das suspensões. Em relação ao motor, os progressos são praticamente irrelevantes, mas talvez ainda seja possível melhorar até à próxima edição do Dakar”.
Nesse sentido, Carlos Sousa realça “o entusiasmo e a motivação dos responsáveis da marca durante estes dias. O impacto mediático da equipa tem sido incrível e eu confesso que, poucas vezes na minha carreira, dei tantas entrevistas e autógrafos. A Great Wall vive uma enorme euforia e o futuro pode ser bastante risonho, pois os seus responsáveis estão a ponderar um investimento muito mais forte e ambicioso na modalidade, nomeadamente no Dakar”.
Amanhã, sábado, disputa-se a derradeira etapa do Grande Rali da China, numa extensão de 246 quilómetros.