Depois da sucessão de problemas na etapa de ontem, na qual perdeu mais de duas horas para os mais rápidos, caindo o 94º da classificação geral, Carlos Sousa realizou hoje uma especial isenta de percalços mecânicos, embora com algumas limitações em termos de andamento, quer pelo elevado número de ultrapassagens que teve de realizar, quer também pela chuva intensa que o acompanhou desde o início até ao final da tirada.
Num Dakar que continua a ser marcado pelas adversas condições meteorológicas, a organização anunciou logo pela manhã que a especial teria início apenas em CP1, sendo assim anulados os primeiros 112 km de um troço que teria originalmente 312 km, mas que ficou reduzido a pouco mais de 200.
Com o tempo a manter-se incerto, os primeiros carros a largarem para a estrada acabaram por ser os mais beneficiados, evitando a chuva que começou a cair de forma intensa cerca de uma hora após a partida.
Face ao atraso acumulado na etapa anterior, Carlos Sousa foi hoje apenas o 93º carro a sair para a estrada, acabando por realizar muitas ultrapassagens durante a especial, que cumpriu integralmente sob chuva intensa e com um piso já bastante enlameado: “As condições não foram realmente as melhores, mas demos o nosso melhor e recuperámos algumas posições, ainda que sem conseguirmos imprimir o ritmo que desejaríamos. Apanhámos chuva e lama durante todo o percurso e nem sempre foi fácil ultrapassar alguns concorrentes mais lentos. De qualquer forma, e tendo em conta a forma como correu a etapa de ontem, hoje temos que aceitar o resultado e estar satisfeitos com a nossa performance. Não tivemos qualquer percalço mecânico com o carro e temos ainda muito Dakar pela frente para tentar recuperar mais algumas posições na geral”, resumiu Carlos Sousa à chegada da especial.
O piloto português, acompanhado de Paulo Fiuza, voltou hoje a ser o melhor dos Mitsubishi, rubricando o 27.º tempo da tirada, a 15m02s do vencedor. Em termos de classificação geral, subiu 23 lugares, fixando-se agora no 72º posto, a 2h19m04s do líder.
ETAPA 4 – JUJUY – JUJUY
O dia de amanhã é considerado pela Organização como o primeiro grande teste deste Dakar 2016. Embora com início e final em San Salvador de Jujuy, a especial será disputada a mais de 3.500 metros de altitude, proporcionando várias mudanças de ritmo e diferentes tipos de piso – entre terreno arenoso e rochoso. Mais do que a distância – 429 km de especial cronometrada – o dado principal a reter é mesmo o facto de esta ser a primeira parte da Etapa Maratona. Ou seja, está interdita a assistência aos veículos no regresso ao Bivouac.