O Sector dos Serviços é o que mais emprega em Portugal, sendo responsável por 58% das receitas para o sistema contributivo. O futuro da Segurança Social não pode passar ao lado dos agentes do Sector, numa altura em que se prevê que os futuros pensionistas vão usufruir de apenas cerca de 30% do que é o seu salário atual.
A sustentabilidade social e financeira da Segurança Social vai ser um dos temas em debate na I Convenção Nacional dos Serviços, que se vai realizar nos dias 23 e 24 de março de 2017, em Lisboa.
Armindo Silva, economista e Ex-Quadro Dirigente da Comissão Europeia, vai apresentar um estudo sobre o Futuro da Segurança Social, cujas conclusões apontam para uma perspetiva de défices do sistema de pensões até mais de 3% do PIB durante as próximas décadas.
Tal facto terá por consequência a redução do valor futuro das pensões, prevendo-se que a taxa média de substituição das pensões em relação aos salários caia dos atuais 57% para 30%. Ou seja, no futuro os reformados passarão a receber reformas de cerca de 30% do seu atual salário.
Os regimes complementares de pensões, bem como novas estratégias de financiamento do sistema previdencial, que o possam tornar mais sustentável e garantir a dignidade das pensões futuras, são assuntos urgentes e que vão estar em cima da mesa no segundo dia da Convenção.
O Professor Armindo Silva irá apresentar as linhas mestras do estudo elaborado para a CCP e o Fórum dos Serviços e vai pôr à reflexão ideias como a manutenção ou não das contribuições sobre a massa salarial. “Nem sempre são as empresas que mais emprego criam as que conseguem mais produtividade. Neste contexto, porque não fazer subir a contribuição de empresas com elevada produtividade, mas pouco emprego? Devemos examinar com rigor as possibilidades de alargar a base de incidência da TSU ao valor acrescentado como uma das formas de financiar um sistema, refere.