- I convenção Nacional dos Serviços
Os fatores de atratividade de residentes e não residentes para as cidades são um dos desafios que se colocam às autarquias. Os serviços têm aqui um papel preponderante. As cidades conseguem ser tão mais atrativas, quanto mais são dotadas de infraestruturas e serviços que as possam distinguir. Este vai ser um dos temas em debate na I Convenção Nacional dos Serviços. O economista Félix Ribeiro aponta os principais fatores de diferenciação que ajudam a tornar uma região atrativa.
Tornar as cidades colaborantes, atrativas, tanto a residentes, como a não residentes, investidores e visitantes, é um desafio constante e em evolução. As cidades – na variedade da sua dimensão, localização e história – são e crescem conforme o que têm para oferecer aos que nela vivem e/ou trabalham, aos que procuram locais para investir, a novos residentes – nacionais ou vindos de outros países – a visitantes/turistas que podem ser atraídos pelo capital simbólico que as cidades conseguiram criar e pela qualidade e valorização dos ativos que mais contribuem para esse mesmo capital.
Para o economista Félix Ribeiro a existência em Portugal de muitas cidades de pequena e média dimensão exige uma estratégia para ampliar esta oferta de fatores de atração, não apenas a nível individual de cada uma das cidades, mas procurando integrar projetos e iniciativas com o objetivo de conseguir uma oferta abrangente com a qualidade e o poder de atração necessários. “Os vários conjuntos de cidades e espaços rurais devem procurar cooperar para reforçar a sua atratividade e distinguirem-se pelos bens e serviços que têm para oferecer ao exterior”, defende Félix Ribeiro. Neste contexto, o especialista explica que os clusters de empresas, os polos de conhecimento e um pool diverso de qualificações e talentos são fatores determinantes de concentração de competências que possam ser reconhecidas a nível nacional e internacional.
Os transportes e comunicações não podem ser esquecidos nesta equação. As cidades também têm, obrigatoriamente, que se tornar atrativas pelo investimento coordenado e continuado em ativos infraestruturais. “A conectividade digital e utilização intensiva do ciberespaço pelas atividades da cidade, sejam promovidas por privados ou por entidades públicas, com um investimento permanente em novas soluções de ciber-segurança é um dos investimentos mais importantes”, explica Félix Ribeiro.
O economista aponta ainda as acessibilidades nacionais e internacionais e sistemas de transporte intrarregionais inovadores, eficientes e baratos como fator determinante para o sucesso da atratividade de não residentes às cidades.
Outros aspetos diretamente relacionados com a qualidade de vida oferecida às populações, não devem ser menosprezados. Os serviços de Saúde, as soluções de apoio às famílias no cuidado dos crianças, idosos e doentes, bem como a boa gestão ambiental e, por último, mas não menos importante, a disponibilidade de habitação a custos acessíveis num contexto de qualidade da estética urbana. Neste último caso, o objetivo prende-se não tanto com a capacidade de atrair não residentes, mas como o esforço de captar nova população residente, o que se confere de enorme e urgente importância para muitas regiões do país que têm sofrido de um despovoamento preocupante.