Com apenas 19 anos, Guilherme Oliveira participou na mais dura e competitiva corrida de GT do mundo, as 24 Horas de Spa, que reuniram nada menos de 66 carros na edição do centenário da prova belga. Depois do jovem piloto português ter sido 7.º da classe na sua sessão de qualificação, a sua equipa teve de abandonar na corrida, com problemas de embraiagem no Porsche 911 GT3 R, partilhado com Philipp Sager, Marvin Dienst e Christopher Zöchling.
Não é todos os dias que um jovem de 19 anos tem acesso à maior e mais competitiva grelha de GT do automobilismo mundial. Foi isso que aconteceu com Guilherme Oliveira, que depois de ter disputado as 24 Horas de Daytona, nos Estados Unidos, no ano passado, voltou agora a alinhar numa das mais famosas corridas de 24 Horas do mundo: as 24 Horas de Spa-Francorchamps, que em 2024 cumpriram 100 anos de história.
Segunda ronda do GT World Challenge Endurance, a prova belga teve um impressionante pelotão de 66 GT3, entre modelos da Porsche, Ferrari, BMW, Aston Martin (que venceu a corrida), Mercedes-Benz, Lamborghini, Audi, McLaren e Ford. Depois do arranque da época em Paul Ricard (França), Guilherme Oliveira regressou ao volante do Porsche 911 GT3 R da italiana Dinamic GT, que partilhou com o austríaco Philipp Sager e com os alemães Marvin Dienst e Christopher Zöchling.
O fim de semana até começou de forma promissora, pois Guilherme Oliveira conseguiu o 7.º melhor tempo da classe Bronze na sua sessão de qualificação. Na corrida, Zöchling chegou a rodar no top 5 da classe com o Porsche número 54, mas logo nas primeiras paragens nas boxes, o carro alemão apresentou problemas de embraiagem, que dificultavam muito o regresso à pista.
No seu turno de condução, Guilherme Oliveira recebeu o Porsche com alguns danos, mas mesmo assim conseguiu imprimir um andamento rápido e consistente. Contudo, aquando de nova mudança de piloto, a embraiagem do Porsche cedeu e a equipa italiana não tinha forma de reparar o problema em tempo útil, tendo de abandonar durante a quarta hora de corrida.
Para mais tarde recordar
Para Guilherme Oliveira, o resultado foi difícil de processar, mas a experiência de Spa-Francorchamps vai ficar na memória. “Foi uma semana especial, desde logo porque esta é a maior corrida de GT do mundo, num campeonato ultracompetitivo, mais duro e disputado do que qualquer Mundial da categoria”, analisou o jovem piloto de Vila Nova de Gaia.
“Começámos bem na qualificação, mas sabíamos que a corrida iria ser muito, muito dura, inclusive com uma tempestade que se abateu sobre o circuito durante a noite! Infelizmente, no meu turno de condução o carro já tinha alguns problemas, sobretudo na embraiagem, um problema raro mas que nos obrigou mesmo a desistir. Não foi fácil gerir esse momento… a equipa merecia mais, mas as corridas são mesmo assim. Nunca irei esquecer esta atmosfera de festa, com 100.000 espectadores no dia da corrida, e um pelotão com os melhores pilotos e carros de GT do mundo. Vamos agora pensar na próxima prova, em Nürburgring, uma pista que me traz boas recordações, pois tenho lá o recorde de LMP3”, recordou Guilherme Oliveira, vice-campeão da Europa em 2022.
As 3 Horas de Nürburgring, na Alemanha, são a terceira prova do GT World Challenge Endurance, a 27 e 28 de julho.