Carlos Sousa e Miguel Ramalho, aos comandos de um SUV Haval, estão já a marcar o ritmo da primeira edição do Grande Rali da China. A dupla portuguesa perdeu 10 minutos logo na etapa inaugural da prova, devido a um erro de navegação quando abria a pista, vingando-se depois na etapa seguinte, que venceu com autoridade, recuperando minuto e meio ao colega de equipa e líder do rali, Zhou Yong. Ou seja – e para já – domínio total dos carros inscritos pela Great Wall Motors.
Carlos Sousa e Miguel Ramalho precisaram de apenas dois dias para se estrearem a vencer no continente asiático, impondo-se a toda a concorrência – concretamente 157 equipas – na segunda de 13 etapas do Grande Rali da China, cuja cerimónia de partida decorreu no passado do domingo, no Estádio Olímpico de Pequim.
A dupla portuguesa, que está a disputar esta prova como forma de preparar a sua participação no Rali Dakar de 2014, foi a mais rápida a percorrer os 165 quilómetros da especial que começou e terminou em Duguitala, num percurso onde a navegação, e em especial a leitura do road book, voltou a ser principal dor de cabeça para os concorrentes, sobretudo os estrangeiros.
“Apesar de todo o esforço que está a ser feito pela Organização, por exemplo ao nível da promoção e cobertura mediática deste evento, a verdade é que temos sido confrontados com algumas situações insólitas, já que toda a informação fornecida – desde o caderno de itinerário às próprias classificações e aditamentos – está exclusivamente em Mandarim! À exceção das mudanças de direção, pouco mais conseguimos decifrar no road-book… Pior só mesmo nos percursos de ligação, onde é impossível ler um sinal. Enfim, são as aspetos a rever no futuro pela Organização, sobretudo se quiser colocar esta prova num calendário internacional”, alertou Carlos Sousa, que logo na etapa inaugural não evitou um erro de navegação que lhe custou mais de 10 minutos.
“Foi um início algo atribulado, porque nos perdemos logo nos primeiros quilómetros da etapa, quando ainda tudo era uma novidade e ainda por cima estávamos a abrir a estrada. Não estou muito preocupado com o tempo perdido, até porque ainda faltam muitos dias de prova e este é um atraso perfeitamente recuperável, não obstante o nível de alguns pilotos e carros presentes”, destacou.
“Nesta altura, a minha maior apreensão, tal como a do Miguel (Ramalho), é mesmo com a comida local… Não consigo habituar-me e temo que isso venha a ser um problema até final do rali”.
Um rali que, para já, é liderado por Zhou Yong, precisamente o colega de equipa de Carlos Sousa na Great Wall Motors, que nesta segunda etapa – “muito arenosa e a fazer lembrar África” – cedeu apenas 1m26s para o português, depois de ter já vencido a curta especial da véspera.
“É sinal que estamos no bom caminho e que a equipa está cada vez mais competitiva. Falta agora tirar o melhor partido destas últimas evoluções, tanto ao nível das suspensões como da gestão eletrónica do motor”, concluiu Carlos Sousa.
A terceira etapa do Grande Rali da China, que levará os concorrentes de Duguitala até Zuoqui, compreende uma especial de 194 quilómetros que marcará a aparição das primeiras dunas.