Depois de um início notável, com a vitória na primeira etapa e uma liderança histórica para a equipa Great Wall Motors, Carlos Sousa e Miguel Ramalho estão já fora do Dakar 2014.
O enorme atrasado averbado na etapa de ontem, na sequência da rutura do turbocompressor do SUV HAVAL, logo ao km 33 da especial, ditou a exclusão da dupla portuguesa, que chegou ao bivouac já de madrugada (cerca das 2h30 locais), falhando um total de 10 way points.
“Fizemos tudo o que estava ao nosso alcance para cumprir integralmente o percurso, só que revelou-se impossível ultrapassar a zona de dunas, nos 30 quilómetros finais. Sem o auxílio do turbo, o carro não tinha potência suficiente para progredir na areia e nem com a ajuda do camião de assistência conseguimos superar este último obstáculo. Por isso, tomámos a única decisão possível, abandonando a pista e seguindo até ao bivouac por um caminho alternativo. Com isso, falhámos vários way points e a Organização acabou por excluir-nos da prova”, revelou Carlos Sousa, comentando esta decisão.
“Acho que é uma decisão demasiado radical e que contraria aquilo que é o espírito do Dakar. Se abandonámos a pista foi porque esgotamos todas as alternativas para chegar ao fim da especial pelos nossos próprios meios. Aceitaria toda e qualquer penalização, mas gostaria de ter continuado em prova. É um desfecho inglório após tantas e tantas horas de esforço”, desabafou o piloto.
Recorde-se que em 15 participações na prova, esta é a segunda vez que Carlos Sousa é forçado a desistir. A primeira foi no Dakar de 2000, numa edição em que também venceu a especial de abertura.
“Saio daqui triste, muito triste mesmo. Em apenas 48 horas, fomos do céu ao inferno! Estava muito confiante que poderíamos lutar por um bom resultado este ano. O carro melhorou bastante e acho que poderíamos manter o andamento que evidenciámos logo na primeira etapa. Talvez lutar por um pódio fosse difícil face ao nível competitivo das outras equipas, mas acho que seríamos capazes de melhorar o resultado das últimas edições… Agora resta-nos esperar pelo próximo ano e perceber quais vão ser os planos da Great Wall para o futuro. Para já, ficou marcada uma reunião na China no próximo mês de fevereiro”, concluiu Carlos Sousa.