“Casa cheia” na Exponor
- Adesão em massa do público coloriu festa nacional do automobilismo na Exponor
- Simpatia da estrela convidada, François Delecour, encantou espectadores
- Triunfo foi, pelo segundo ano consecutivo, para Mário Barbosa (Citroën DS3 WRX)
Não há como negá-lo: o Motorshow AutoClássico Porto é um sucesso que veio para ficar! Para além dos impressionantes números que apontam para mais de 38.000 visitas durante os três dias em que decorreu o evento (mais que em 2015), foi a satisfação estampada nos rostos dos espectadores e a forma como, nas bancadas, vibraram a cada passagem dos seus pilotos preferidos. No fundo, um dos maiores show’s ibéricos relacionados com o fenómeno do desporto automóvel.
O ADN dos carros de competição, o cheiro a gasolina ou a borracha queimada, o mundo colorido que à volta se pinta e, sobretudo, o fator humano, onde público e grandes pilotos interagem sem qualquer tipo de vedetismo, num ambiente descontraído, quase familiar, explicam bem a base do êxito da 14ª edição do Motorshow AutoClássico Porto.
A associação a grandes estrelas do automobilismo internacional é também um dos caminhos apontados para o sucesso e depois da vinda, em edições anteriores, de nomes grandes do Campeonato do Mundo de Ralis, como Markku Alen, Timo Salonen, Marc Duez, Didier Auriol, Miki Biasion, Stig Blomqvist ou Juha Kankkunen, a presença, este ano, de François Delecour contribuiu, decididamente, ainda mais para a afirmação do evento.
Aliás e, tal como se esperava, o piloto francês fez as delícias do público que encheu as bancadas da pista arquitetada nos pavilhões da Exponor, não poupando espectáculo ao volante de um Mitsubishi Lancer Evo 9. Ao longo dos três dias em que decorreu o evento, a sua exibição combinou o perfecionismo de condução automóvel, sempre que o cronómetro estava ligado, com a aptidão e talento que sempre teve para dar espectáculo com um volante nas mãos. E se a isso, juntarmos a sua boa disposição e natural simpatia para com os espectadores, percebe-se bem que a vinda do piloto gaulês foi uma aposta de sucesso.
Nas suas palavras, “regressar a Portugal foi fantástico. O público é muito entusiasta e percebe-se, a cada momento, a sua paixão pelo desporto automóvel. O Motorshow do Porto pode muito bem ser a ponte de ligação para a popularidade que os ralis precisam. Se as pessoas tiverem contacto com estes carros, num espetáculo como este, vão querer ir vê-los passar na estrada. Competitivamente, fiquei satisfeito com a minha prestação, mas, face a carros tão potentes, era manifestamente difícil conseguir melhor que… o nono lugar!”.
Mas o Motorshow AutoClássico não viveu apenas da imagem do atual Campeão FIA RGT de Ralis, já que os outros pilotos oficiais do evento – Ricardo Moura (Tricampeão Nacional de Ralis) e Sergio Vallejo (Bicampeão de Ralis de Espanha) – muito contribuíram também para deliciar os aficionados, com as suas fantásticas exibições, merecedoras de muitos aplausos!
De fortes ovações também foi digna a prestação do vencedor da edição 2016 do Troféu
Piloto Motorshow, Mário Barbosa, que, pelo segundo ano consecutivo, inscreveu o seu nome no albúm de ouro da competição.
Com o “bombástico” Citroën DS3 WRX, com 600 cavalos de potência, o piloto acabou por não ter adversários capazes de acompanhar o seu ritmo, deixando “entretidos” Joaquim Alves (Skoda Fabia S2000) e Américo Moreira (Mitsubishi Lancer) na luta pelos restantes lugares do pódio, num escalonamento que acabou favorável ao piloto do Skoda.
Para o piloto do Off Road que acabou por triunfar, este foi uma vitória “muito importante, pois apesar de estarmos integrados numa festa do desporto automóvel, uma vitória é uma vitória e “mesmo a feijões” toda a gente gosta de vencer. Além disso, o triunfo foi obtido frente a pilotos de renome no automobilismo, ainda que tenha a consciência de que dispunha de um dos melhores carros de todo o plantel!”
A humildade do vencedor a receber nota mais e a estar em linha conta com o espírito do evento, que deixou também plenamente satisfeita a organização.
Na ótica de Pedro Ortigão, responsável da Xikane, a empresa que organiza o Motorshow AutoClássico Porto, “não podíamos estar mais satisfeitos como a forma como tudo decorreu. Para além do público que esteve inexcedível no apoio aos pilotos, contámos com pilotos representativos de diversas áreas do automobilismo, como os Ralis, a Velocidade, a Montanha e o Off Road. Isso fez com que nos possamos orgulhar de ter, nesta altura, um evento eclético, e muito acarinhado por todos no panorama do desporto automóvel nacional. Por outro lado, a presença de François Delecour também não podia ter sido melhor opção, dada a relação de empatia imediata que estabeleceu com os espectadores, num evento onde o constante apoio dos patrocinadores serviu, mais uma vez, de elo com o sucesso”.
Mais uma vez não ficaram dúvidas que o Motorshow AutoClássico Porto 2016 continua a deixar a sua marca entre os acontecimentos desportivos nacionais, provando que o automobilismo tem um lugar muito especial no coração dos portugueses.
Nota de destaque final merece, também, a componente de solidariedade que o evento abraçou, uma vez que o valor gasto com os troféus atribuídos aos vencedores de cada categoria, reverteu a favor da “Operação Nariz Vermelho” e da campanha “Um sorriso pelo Gonçalo”.