O Rally ACP Clássicos mostrou que a paixão pelos automóveis clássicos e neoclássicos está bem viva, com mais de 90 equipas – um novo recorde – a responderem, com entusiasmo, ao desafio do Automóvel Club de Portugal (ACP). Na estrada, muitas máquinas de sonho aceleraram as rotações, mas também os corações de quem as viu passar entre o Estoril e Mafra. No capítulo desportivo, destaque para a vitória da dupla Nuno Serrano/Alexandre Berardo, em Peugeot 205 GTI.
Com um parque automóvel onde a quantidade ombreou com a qualidade, a edição 2021 do Rally ACP Clássicos terminou esta tarde em beleza, depois de quase uma centena de equipas ter animado a prova chancelada pelo ACP.
Um percurso técnico e compacto, com paisagens de rara beleza, disputado entre os Jardins do Estoril e o Convento de Mafra, foi o cenário perfeito para mais uma edição do Rally ACP Clássicos, uma prova que voltou a aliar o espírito desportivo a uma saudável confraternização entre os concorrentes.
Modelos clássicos, que conquistaram lugares de destaque na história do automóvel, espalharam charme por onde passaram durante toda a manhã e início da tarde deste sábado. E nem a sua avançada idade (nalguns casos acima dos 60 anos) fizeram com que o ritmo fosse menos acelerado em classificativas tão emblemáticas como as da Lagoa Azul ou Gradil.
Desportivamente e após cumpridos 44 quilómetros de provas especiais de regularidade, o maior destaque vai para a vitória da dupla Nuno Serrano/Alexandre Berardo, que levaram o Peugeot 205 GTI (1984) ao triunfo absoluto. Mas, não se tratou, de todo, de uma vitória fácil, uma vez que a disputa pelo lugar mais alto do pódio esteve ao rubro até à última especial, com a equipa Edgar Guerra/Filipa Guerra, em Alfa Romeo Giulietta 1.8 (1983) a vender cara a derrota por apenas 0,7 segundos. Não muito longe, a apenas 1,6 segundos dos vencedores, Domingos Ribeiro Santos/Luís Filipe Menezes levaram o Porsche 928 S4 (1991) ao derradeiro lugar do pódio, entre as 86 equipas que lograram concluir a prova, em Mafra.
Com automóveis tão emblemáticos, mas dispares nas idades, houve também espaço para os vencedores de cada categoria brilharem. Se Nuno Serrano/Alexandre Berardo se impuseram naturalmente como vencedores absolutos também na Categoria H (automóveis entre 1981 e 1990), Domingos Ribeiro Santos/Luís Filipe Menezes fizeram a diferença na Categoria FC (Futuros Clássicos) (automóveis entre 1991 e 2000).
Já na Categoria E (automóveis entre 1946 a 1960), o maior destaque foi para o triunfo de Manuel Franco de Sousa/Eduardo Franco de Sousa, em MG A, na mesma medida em que na Categoria G (automóveis entre 1971 e 1980), foi a dupla Pedro Manso Pires/Ana Manso Pires, em Datsun 240 Z, a superiorizar-se a todos os adversários. Finalmente, na Categoria F (automóveis de 1961 a 1970), Evandro Gueiros/Adriana Gueiros suplantaram a concorrência, ao volante de um Porsche 356 C.
Para Filipe Gaivão, diretor de prova do Rally ACP Clássicos, o balanço dificilmente podia ser mais positivo: “A prova foi um verdadeiro sucesso, confirmado pelo sorriso dos participantes à chegada! Foi um rali muito competitivo, com diferenças que chegaram a ser de décimas de segundo. Aliás, à partida da última classificativa, escassos 1,6 segundos separavam os dois primeiros classificados. Por isso, temos motivos para estar orgulhosos, até pelo facto de termos batido um novo recorde de inscritos e com muitos estreantes. Ou seja, o futuro pode ser encarado com otimismo.”
Corre assim o pano de mais uma edição do Rally ACP Clássicos, onde não faltou acesa competição, condimentada por agradáveis momentos de convívio, que incluíram até uma visita a uma coleção privada de automóveis e motos clássicas durante o percurso e que fez, também, as delícias de todos os participantes.