Muita nostalgia e adrenalina foram o cocktail de sucesso da primeira etapa do RallySpirit Altice,
que terminou, ao final da tarde de hoje, na Foz do Douro, no Porto, perante o vibrante entusiasmo
dos aficionados do evento e a curiosidade de quem nutre simpatia pelo desporto automóvel. A
paixão pelos ralis, no seu estado mais puro, regressa amanhã, no último e mais longo dia de
prova, que ligará Porto a Barcelos.
A concentração de algumas das mais intemporais e espetaculares máquinas de ralis de todos os
tempos levou, hoje, ao rubro milhares de aficionados dos ralis, que apontam já para o RallySpirit
Altice como uma marca incontornável no roteiro de provas Rally-Legends europeias.
E não é para menos! Afinal, não é todos os dias que se pode ver em ação, na mesma prova, um
Audi Sport Quattro, (outrora guiado por Michele Mouton (a única mulher que até hoje venceu
provas do Campeonato do Mundo de Ralis), em “confronto direto” com um Renault 4 GTL, que
ganhou enorme popularidade quando se aventurou no WRC no final da década de 90.
É neste mundo de contrastes, que assenta a magia e o espírito da prova organizada pela X Racing
e Clube Automóvel de Santo Tirso, que há muito se transformou também num chamariz de
pilotos de nomeada, de que Rui Madeira é apenas um dos melhores exemplos. Bastará dizer que
o piloto se apresentou à partida da prova com o mesmo carro com que conquistou o título de
Campeão do Mundo de Ralis de Grupo N, em 1995, para que se perceba quão nostálgica se pode
tornar, de facto, a prova.
Mas nem só de revivalismo vive o evento, que, no seu arranque, ao início da tarde, em Barcelos,
concentrou cerca de 85 participantes. Desportivamente, a luta pelas primeiras posições foi
intensa, empolgando o público durante as três provas especiais cumpridas, que ditaram, afinal, a
primeira hierarquia da classificação.
Na Categoria “Spirit”, a equipa Ernesto Cunha/Valter Cardoso levou o Subaru Impreza STI ao topo
da tabela classificativa, mas teve que suar pois, primeiro a dupla Armando Costa/Sérgio Rocha
(Mitsubishi Lancer Evo 6) e, depois, a formação Gonçalo Figueiroa/Paulo Fiúza, não lhe deram um
segundo de descanso. Aliás, tudo foi decidido não ao segundo, mas… ao décimo de segundo, com
o piloto do Subaru a vencer a etapa por apenas 0,1 segundos!