Numa época em que subiu ao pódio no mais competitivo pelotão de GT do mundo, com apenas 19 anos, Guilherme Oliveira também regressou aos protótipos e à European Le Mans Series. Um momento especial para o jovem piloto português, que fez um balanço da temporada e destacou o regresso aos LMP3, onde se sagrou vice-campeão da Europa em 2022.
A época de 2024 proporcionou a Guilherme Oliveira uma experiência única para um piloto de apenas 19 anos: competir no Fanatec GT World Challenge Endurance, o mais concorrido e disputado campeonato de GT do mundo, com grelhas de mais de 50 equipas e os melhores pilotos da especialidade ao volante dos modernos GT3 construídos pela Porsche, Ferrari, Mercedes-Benz, Aston Martin, Lamborghini, BMW, McLaren, Audi e Ford.
No calendário estavam provas emblemáticas, como as 24 Horas de Spa-Francorchamps, onde Guilherme Oliveira conseguiu uma das melhores performances da época com o Porsche 911 GT3 R da Dinamic GT, até um problema mecânico obrigar a equipa a um abandono inglório. A resposta à adversidade foi em grande, pois logo na ronda seguinte, em Nürburging, o jovem piloto de Vila Nova de Gaia conseguiu o seu primeiro pódio no mais competitivo pelotão de GT do mundo, com o 3.º lugar da classe Bronze.
Um resultado que acabou por validar uma época de aprendizagem e resiliência para Guilherme Oliveira, que enfrentou um contexto ultra-competitivo com poucos testes de preparação.
No final do ano, surgiu o convite da DKR Engineering para um regresso aos protótipos LMP3 e à European Le Mans Series, para as duas últimas provas do ‘Europeu’ de Endurance, em Mugello e Portimão. Ao volante do Duqueine da equipa luxemburguesa, bem diferente do Ligier com que se sagrou vice-campeão da ELMS em 2022, Guilherme Oliveira e os seus companheiros de equipa foram obrigados a abandonar em Itália, com um problema técnico, e depois conseguiram um top 5 no fecho do campeonato, em Portugal.
Regresso a casa
Em jeito de balanço da temporada, Guilherme Oliveira refere que evoluiu muito como piloto e como pessoa neste ano dividido entre duas realidades completamente diferentes. “Foi um ano exigente, no campeonato de GT mais difícil do mundo e onde entrei vindo dos protótipos, ou seja, sem o background deste tipo de carros”, analisou o jovem piloto português.
“Senti alguma falta de tempo de pista, pois os fins-de-semana do GT World têm essa característica e teria sido muito importante ter mais testes de preparação. Concentrei-me em aproveitar todas as oportunidades e, depois do azar que tivemos em Spa, onde sentia que tínhamos realmente a melhor oportunidade do ano, demos a volta por cima com o pódio em Nürburgring, o que nunca é fácil no GT World Challenge. Esse resultado acabou por premiar o nosso trabalho e resiliência desde o início da época. Depois surgiu o convite para voltar à ELMS e foi uma espécie de regresso a ‘casa’. Sinto-me muito à vontade nos LMP3 e acho que esse convite também mostra a boa imagem que deixei na ELMS. Portimão era, obviamente, uma corrida muito importante para mim, mas, realisticamente, não tínhamos carro para lutar pelos primeiros lugares nesse fim de semana. O 5.º lugar acabou por ser um bom resultado nessas circunstâncias. Aprendi que a vida de piloto é mesmo assim: temos de maximizar as oportunidades com os recursos que temos, tentando sempre manter o foco e uma atitude positiva quando as coisas não correm como queremos. Quando estamos a construir uma carreira com poucos apoios, queremos sempre aproveitar cada oportunidade para brilhar, mas isso nem sempre está sob o nosso controlo. Foi um ano de amadurecimento, com experiências fantásticas e alguns resultados que me enchem de orgulho”, afirmou Guilherme Oliveira, que, apesar da juventude, também já desempenha funções de ‘Expert Host’ (anfitrião especializado) nos Grandes Prémios de Fórmula 1, onde pode contactar com as estrelas e equipas do campeonato.